As cidades do Porto e Bolonha (Itália) são pioneiras num projeto europeu que quer incentivar a caminhada como forma de mobilidade.
No próximo ano vai ser possível instalar no telemóvel uma aplicação para ajudar a escolher caminhos, a pé, para quem circule no Porto e em Bolonha. As duas cidades associaram-se ao “Smart Pedestrian Net – Smart Cities are Walkable”, um projeto conjunto da Universidade do Minho, Universidade de Bolonha, Universidade de Chipre a Associação para o Desenvolvimento Sustentável e Inovador em Economia, Ambiente e Sociedade, da Áustria.
O projeto, explica a Universidade do Minho, surge como resposta à mobilidade que depende de carros, e à poluição atmosférica e sonora que essa dependência nos traz. Na União Europeia, “a mobilidade urbana representa 40% das emissões de CO2 e até 70% dos outros poluentes”, lê-se na página do Smart Pedestrian Net.
A equipa do projeto recolheu, num primeiro momento, cerca de 180 indicadores que ajudam a determinar as características de determinados percursos. Segundo o jornal Público, estes vão ser agrupados num conjunto mais restrito, a partir das quais um peão pode definir o tipo de rota que pretende fazer – seguir por espaços verdes, por áreas comerciais, por zonas com menor declive, etc. Mas os próprios peões vão contribuir para o projeto, com as suas avaliações e críticas.
Esta informação gerada pelos peões poderá ser usada pelos gestores das duas cidades para intervenções que melhorem os defeitos apontados pelos utilizadores da aplicação.
O projeto prevê também a realização de um questionário, nas duas cidades-piloto, para uma primeira avaliação das condições oferecidas por estes espaços aos peões e a auscultação do custo e dos benefícios da promoção do modo pedonal, entre outras questões.
O projeto é patrocinado pela Comissão Europeia que quer assim criar, até 2020, um modelo para ajudar as cidades a usar a caminhada como meio de mobilidade, quer nas visitas como nas deslocações diárias.