
O INEGI – Instituto da Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial irá coordenar o Grupo de Trabalho incumbido de encontrar soluções para as “fragilidades ou deficiências” que provocam frequentes avarias na ponte móvel de Leixões, em Matosinhos.
Em comunicado, a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) anuncia ter criado um Grupo de Trabalho com as entidades que estiveram envolvidas na construção da ponte móvel, designadamente a Mota Engil, responsável pela empreitada, a Schaeffler que levou a cabo a produção dos seus componentes, a Eurocrane, que tem vindo a fazer a manutenção daqueles componentes nas suas vertentes preventivas e corretivas e, finalmente, a Hansa-flex, que tem a seu cargo a manutenção do sistema de acionamento daquela infraestrutura.
A iniciativa será coordenada pelo INEGI, “para que, de forma definitiva, se venham a encontrar soluções que evitem as avarias” ocorridas na ponte móvel.
Segundo a APDL, o grupo de trabalho agora criado “permitirá, em virtude da sua multidisciplinaridade, uma abordagem integrada do funcionamento da ponte móvel”, tendo como objetivo fazer o “diagnóstico da causa das avarias prematuras que têm vindo a ocorrer através da instrumentação e modelação provisória com simulações em computador que permitirão monitorizar as estruturas de suporte da ponte e identificar as suas eventuais fragilidades ou deficiências”.
Com base no diagnóstico realizado, deverão então “por um lado, levar a cabo eventuais reparações que se revelem necessárias e, por outro lado, implementar um sistema que permita antecipar a substituição de componentes através de alertas e, nessa medida, uma manutenção planeada sem o prejuízo que resulta da imprevisibilidade e das ações corretivas em situações de emergência”.
Este processo “tem a sua durabilidade prevista até abril de 2021”, sendo que, em função das suas conclusões, “a APDL tomará todas as medidas necessárias para que esta infraestrutura sob a sua responsabilidade deixe de causar constrangimentos aos seus utilizadores”, assegura a autoridade portuária.
A APDL garante “o rigoroso cumprimento dos contratos de manutenção com empresas da especialidade e da realização de vistorias semanais ao funcionamento da ponte móvel” de Leixões, que assegura a travessia automóvel e pedonal entre Leça da Palmeira e Matosinhos, e que iniciou o seu funcionamento em julho de 2007.
A infraestrutura sofreu avarias em 2013, 2018, 2019 e no decurso deste ano de 2020. Estas avarias não estão associadas a questões de manutenção, mas sim à “gripagem” prematura das rótulas e cilindros de movimentação dos tabuleiros, os quais teriam um período de vida útil expectável superior a 40 anos, tendo em consideração os ciclos de abertura diária considerados em fase de projeto que se mantêm inalterados, indicou, em setembro, a APDL.
A APDL revelava ainda que se encontrava em curso, “através de uma contratação com o INEGI – Instituto de Ciência e Investigação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial, a monitorização e modelação tridimensional dos órgãos mecânicos da ponte móvel para tentar identificar, por outra via, para além dos estudos já efetuados, a origem e a causa deste desgaste prematuro de peças cuja vida útil deveria estar muito longe do fim e, deste modo, serem insuscetíveis de avarias”.
A evolução do trabalho desenvolvido pelo grupo agora criado e os resultados obtidos serão disponibilizados à população “para que, de forma transparente, possam acompanhar este processo que a todos diz respeito”, indica a APDL, que “agradece a compreensão e espera num futuro breve resolver os problemas associados ao funcionamento da Ponte Móvel de Leixões”.
Foto: APDL