Construída em 1856, em Inglaterra, por William Fairbaim &Sons, e adquirida em 1857 num lote de quatro locomotivas destinadas ao caminho-de-ferro do Leste (Lisboa-Elvas), a “Andorinha” é, ao que tudo indica, a mais antiga locomotiva portuguesa a vapor.
Entre outras funções, assegurou os primeiros serviços rápidos de Lisboa – Santa Apolónia a Vila Nova de Gaia e apoiou na construção das linhas do Minho e do Douro, tratando-se assim de um “símbolo nacional, regional e local”, como descreveu à VIVA! fonte do Museu Nacional Ferroviário, onde está agora a ser alvo de uma “intervenção profunda de restauro”.
Com o objetivo de preservar este singular exemplar do património ferroviário nacional, a Fundação do Museu Nacional Ferroviário, a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão e a Junta de Freguesia de Nine acordaram “uma posição conjunta”, que permitiu, agora, a “realização de uma intervenção de restauro há muito aguardada”.
A locomotiva encontrava-se parqueada no Depósito de Nine desde 2002, altura em que foi retirada da antiga secção museológica de Braga, onde esteve guardada desde 1977. Viajou no ano passado para as instalações do Museu Nacional Ferroviário e é lá que, desde então, está a beneficiar de um processo de recuperação e restauro efetuado por técnicos competentes, num processo coordenado pela Fundação do Museu.
“Até ao momento foram levados a cabo trabalhos de estabilização da peça que aguarda na Rotunda de Locomotivas a fase da intervenção em oficina”, adiantou a mesma fonte.
Após o restauro, de acordo com o que ficou acordado entre as partes, a “Andorinha” regressará a Vila Nova de Famalicão, ficando guardada e exposta para visita no Museu Ferroviário de Lousado, num novo espaço a ser criado e com temática também alusiva à freguesia de Nine, nomeadamente no contexto da ferrovia.
Até lá, pode ser vista no Museu Nacional Ferroviário por todos os que visitem o espaço.