“Exigimos a extensão do horário da biblioteca, que, atualmente, é até às 20h, o que impede alguns estudantes de acederem aos seus recursos, e queremos mais livros das bibliografias obrigatórias porque a grande maioria tem exemplares insuficientes”, destacou a presidente da mesa da Assembleia-Geral da Associação de Estudantes (AE), Joana Ornelas.
As declarações da jovem foram proferidas momentos antes de ser pintada uma faixa para promover a concentração de estudantes marcada para quarta-feira e de se divulgar o abaixo-assinado que vai ser entregue no balcão da biblioteca, dirigido à Reitoria, ao Governo e à direção da FLUP. A ação de protesto partiu dos estudantes presentes na assembleia geral realizada há duas semanas e, segundo o presidente da Associação de Estudantes, André Silva, “tem dois grandes propósitos, que partem de um problema comum que é o subfinanciamento”. Segundo o estudante, “até há seis, sete anos”, o horário da biblioteca prolongava-se até às 23h e tem vindo a ser progressivamente reduzido. Paralelamente, referiu que há livros e exemplares que existem em número muito reduzido, o que “gera um ambiente de competitividade”. “Numa unidade curricular, a bibliografia obrigatória tem cerca de quinze títulos e existem um ou dois exemplares na biblioteca, por isso, quem chega primeiro é servido”, sublinhou. Para o presidente da AE, o aproveitamento dos alunos está em causa e a universidade “deveria preocupar-se menos com ações de marketing e de autopromoção e pensar mais nas faculdades”. “As prioridades estão trocadas e isso reflete-se desde o orçamento do Estado para a educação até às pequenas coisas, como a falta de recursos que permitam abrir e enriquecer a biblioteca”, afirmou André Silva.
A diretora da FLUP, Fernanda Ribeiro, confessou ter ficado “surpreendida” com as ações de protesto e sublinhou que o horário da biblioteca se estendeu até às 22h durante dez anos, acabando por ser encurtado, durante a semana, “por falta de público”. Além disso, recordou que a Faculdade de Letras é a única que mantém o espaço aberto até às 20h. “Não podemos desperdiçar recursos, mantemos a biblioteca aberta aos sábados e não temos quase ninguém, já devia ter fechado há muito tempo”, destacou. Sobre a falta de exemplares obrigatórios, Fernanda Ribeiro afirmou que “não é problema nenhum” e que há a tentativa de repor um determinado livro quando há muitos pedidos, mas que, por vezes, as edições antigas não conseguem ser adquiridas.