
À luz do investimento digital que tem sido feito pelo norte do país, segundo dados de 2024, foram investidos cerca de 19 milhões Euros em 8670 negócios, para potenciar o comércio digital local. É de questionar como o digital funciona na prática para os consumidores.
As compras online são uma consequência? Ou será que são impulsionadas por estratégias por parte das marcas? Talvez os algoritmos tenham uma resposta.
Quando abrimos uma aplicação, pesquisamos um destino de férias, escolhemos um filme ou seguimos uma sugestão de conteúdo, há algo que acontece nos bastidores dessa escolha, quase sempre sem darmos conta: os algoritmos estão a trabalhar.
Estas sequências de regras e cálculos informáticos são invisíveis, mas centrais nas nossas interações com o digital.
Na verdade, no contexto online, vivemos rodeados por decisões automatizadas: desde o tempo de espera numa app de transporte à próxima canção da playlist. E, embora não os vejamos, os algoritmos moldam as nossas escolhas, os nossos hábitos e, em parte, a forma como percepcionamos o mundo à nossa volta.
O algoritmo como um conselheiro invisível do quotidiano
A função principal dos algoritmos nas plataformas online é simples: tornar a experiência do utilizador mais fluida, rápida e relevante.
O feed das redes sociais não é aleatório. O filme recomendado no streaming foi escolhido com base em preferências anteriores. O tempo estimado de chegada, por exemplo, no Google Maps, depende de cálculos com base no trânsito em tempo real.
Na prática, os algoritmos funcionam como curadores invisíveis. Filtram, ordenam e sugerem com base em padrões. E quanto mais usamos essas plataformas, mais eficazes se tornam a prever o que nos interessa.
Do entretenimento à mobilidade: algoritmos em ação
Com efeito, tendo em conta esta lógica de pensamento, existem então áreas onde os algoritmos são essenciais.
Plataformas como a Netflix (com séries filmadas no Porto), o YouTube ou o Spotify usam algoritmos complexos para nos sugerir conteúdos que nos mantenham interessados.
Por exemplo, a Netflix, recentemente, mudou a sua interface mobile e apresentou um motor de pesquisa ainda mais adaptado ao utilizador, tendo por base inteligência artificial, com sugestões personalizadas.
Já no campo musical, à medida que ouvimos determinado género, os respectivos algoritmos de plataformas como o Spotify, começam a trabalhar e sugerem conteúdos semelhantes. O resultado: conteúdos adequados ao gosto do utilizador.
Já em apps de mobilidade, como a Uber ou a Bolt, algoritmos decidem que viatura está mais próxima, quanto tempo vai demorar e que rota será mais rápida. No fundo, otimiza o processo de recolha, assim como ajuda o próprio condutor no serviço.
Até nas compras online, o algoritmo participa: define promoções, recomenda produtos e até adapta os preços em função da procura. E tendo em conta que o comércio está a ficar cada vez mais digital, como mencionado, é natural que as próprias plataformas de vendas se tornem ainda mais eficientes nesta vertente.
O mesmo acontece com plataformas culturais como a CaixaForúm+, que nos mostram eventos em arquitetura e design, artes cénicas, ciências, literatura ou música, com base na geolocalização ou preferências anteriores.
O papel dos algoritmos no jogo digital
Também no universo dos jogos, os algoritmos são essenciais. Nos jogos de lógica, estratégia ou de casino, são eles que controlam o desenrolar da ação, asseguram imparcialidade e simulam aleatoriedade.
No caso dos jogos de iGaming, como a roleta de casino, o sistema é gerido por algoritmos conhecidos como RNG (Random Number Generator). Estes asseguram que os resultados são aleatórios e imprevisíveis, replicando as probabilidades de um jogo físico num ambiente digital seguro e auditável. Por exemplo, mesas de roleta como a European Roulette ou Diamond Roulette, aplicam esta premissa.
Este tipo de lógica não só garante justiça no jogo, como oferece ao utilizador uma experiência envolvente, rápida e visualmente apelativa.
Em suma, os algoritmos não são apenas ferramentas técnicas. São motores que organizam, preveem e influenciam grande parte da nossa experiência online. Por isso, não é de estranhar que, além de uma estratégia de marca, os algoritmos sejam os condutores da mensagem aos consumidores.
Nesse sentido, entender como funcionam é um passo essencial para navegar de forma mais consciente no mundo digital.
Porque quanto mais conhecemos os bastidores, melhor conseguimos decidir, interagir e escolher por vontade própria e não apenas por sugestão do sistema.