Nos últimos tempos, têm sido várias as informações que vamos ouvindo sobre a nova linha de metrobus. Nesse sentido, com o intuito de esclarecer algumas informações principais sobre o funcionamento do metrobus, a VIVA esteve à conversa com fontes oficiais da Metro do Porto.
Desde o percurso que irá seguir, à articulação com outros serviços de transportes, eis as informações que, de momento, conseguimos obter junto da empresa de transportes portuense. Recorde-se que, tal como a VIVA noticiou recentemente, o 1º autocarro metrobus deverá começar a circular em maio de 2025, na Avenida da Boavista.
A quem se destina o metrobus e qual o principal motivo para a aposta na sua criação?
Dirige-se a todos os cidadãos, com particular destaque para os que habitam e trabalham na zona ocidental da cidade do Porto que, assim, têm ao dispor um novo modo de transporte público eficaz, cómodo, com um forte cariz intermodal e com frequências e tempos de viagem altamente competitivos, sobretudo quando comparados ao transporte individual.
Qual será o impacto real do metrobus na mobilidade urbana do Porto?
O metroBus vem acrescentar qualidade, rapidez e grande flexibilidade. O novo modo de transporte combina a eficácia, pontualidade e fiabilidade já conhecidas do Metro com a flexibilidade e o conforto da última geração do autocarro ecológico. Com prioridade sobre todos os outros modos de transporte (através de um sistema de semaforização inteligente), um canal exclusivo (ou dedicado) e integrado no sistema de bilhética Andante, o metroBus do Porto está alinhado com a tendência de outras cidades europeias no que toca a mobilidade sustentável.
Em termos mais concretos, será possível realizar a ligação entre a Praça do Império e a Casa da Música em 12 minutos e entre a Rotunda da Anémona e a Casa da Música em 17. A expectativa é de que o metroBus atinja mais de 10 milhões de validações por ano.
Como funcionará a articulação dos serviços metrobus com as restantes plataformas compatíveis com o Andante?
O metroBus será integrado no sistema intermodal Andante, pelo que vai funcionar do mesmo modo que ocorre com o metro, com os autocarros da STCP e com o serviço de comboios urbanos do Porto da CP.
Importa realçar que, neste caso, e ao contrário do que acontece com um serviço de autocarros convencional, a validação dos títulos é feita não no interior dos veículos, mas nas estações, que se encontram equipadas com validadores para o efeito. Assim, será possível aos passageiros entrarem e saírem por qualquer uma das portas.
Qual será o percurso que o metroBus irá seguir?
No caso da ligação até à Praça do Império, o percurso vai contar com oito km’s (quatro em cada sentido) e será feito pela Avenida da Boavista com paragem nas estações Casa da Música, Guerra Junqueiro, Bessa e Pinheiro Manso. A partir daqui o veículo segue pela Avenida do Marechal Gomes da Costa onde se encontram as estações de Serralves, João de Barros e Império.
Já a linha Boavista-Anémona, com 12 km’s totais nos dois sentidos, assume o mesmo trajeto até ao Pinheiro Manso, seguindo pela Avenida da Boavista a baixo até atingir o seu término perto da Praça Cidade do Salvador, em Matosinhos. Antunes Guimarães, Garcia de Orta, Nevogilde, Castelo do Queijo e Anémona são as restantes estações.
Quantos veículos vão circular ao início? E quando já tudo estiver alinhavado?
O serviço nas duas ligações vai ser assegurado por 12 veículos ao todo. A ligação até à Praça do Império, cuja obra já se encontra finalizada e será a primeira a funcionar em pleno, não exige que os 12 autocarros se encontrem em operação. Quando ambos os percursos estiverem ativos, aí sim, a frota metroBus estará a circular na sua totalidade.
O metrobus irá interferir com a circulação de automóveis?
O metroBus vai circular em canal dedicado na Avenida da Boavista, pelo que, nesta artéria, não existe nenhuma interferência com outros modos rodoviários de transporte. Já na Avenida do Marechal Gomes da Costa, a circulação faz-se, na maior parte do trajeto, sempre pela via da esquerda e de forma partilhada com os automóveis.
Quais os benefícios ambientais das carruagens do metrobus?
Os autocarros que vão circular no canal metroBus são alimentados a hidrogénio e não produzem emissões poluentes, sendo um imenso contributo para a neutralidade carbónica e para o cumprimento das metas das Nações Unidas.
Para lá da vertente ambiental, uma das principais vantagens deste tipo de veículo é a sua autonomia, que pode ser de quase o dobro por comparação à dos autocarros elétricos a baterias, permitindo percorrer distâncias mais longas sem necessidade de carregamento frequente. A todos estes benefícios se pode juntar o facto de o tempo de reabastecimento do hidrogénio ser significativamente inferior (apenas 15 minutos) ao da energia elétrica (entre três a quatro horas).
Supondo que a receção vá ser positiva, é expectável que haja uma expansão no futuro?
O metroBus faz parte do projeto das novas linhas do Metro do Porto, a serem desenvolvidas até 2030. Concretamente, na linha ISMAI-Muro-Trofa, a ligação entre o Muro e a Trofa será garantida por metroBus, estando ainda em estudo a possibilidade deste sistema ser integrado também na linha Maia II (Roberto Frias-Parque Maia-Aeroporto).
Foto: Metro do Porto
