Levado a cabo pela ADDIM – Associação Democrática de Defesa dos Interesses e da Igualdade das Mulheres e dirigido a jovens de todos os ciclos educacionais, o projeto psicoeducacional de prevenção da violência “Beija-Flor 4.0” está no terreno há seis anos consecutivos, tendo envolvido, até à data, 1100 alunos de 68 turmas de diversas escolas da área Metropolitana do Porto.
O trabalho debruça-se fundamentalmente na prevenção de questões tão pertinentes como a violência doméstica e no namoro, o bullying, a igualdade de género e as relações interpessoais.
O balanço é positivo: “no final do projeto, 93% dos alunos/as intervencionados é favorável a crenças de igualdade de género, ao invés dos 90% iniciais. 96% é intolerante a crenças legitimadoras de violência doméstica ou namoro, contra os 92% iniciais e, muito importante, 92% são intolerantes a práticas de bullying, quando inicialmente 85% as tolerava”, conta Carla Mansilha Branco, presidente da instituição.
“A avaliação global de todos os intervenientes no projeto – docentes, alunos, progenitores e técnicas -, levam-nos a reforçar a vontade de investir no ensino e de possibilitar que todos tenham acesso a aprendizagens que nos tornem melhores cidadãos e cidadãs”, acrescenta a responsável.
Para Carla Branco, “é da maior importância a implementação de projetos que combatam as discriminações e promovam a igualdade de oportunidades e direitos entre todos os cidadãos e cidadãs”, frisando ainda que é “fundamental a desconstrução da cultura de violência, dotando os jovens de estratégias alternativas, não violentas, para se relacionarem de forma saudável e exercerem uma cidadania ativa e responsável”.
Este ano, o projeto abrangeu mais de 1100 alunos, permitindo assim que estes jovens “aguçassem a sua consciência no que respeita à problemática da vitimização, da desconstrução de crenças de género bem como a sinalizar comportamentos abusivos em vários contextos. Deste modo, foi com sucesso que estes alunos imergiram num novo mundo de conceitos, alargando a sua palete de sensibilidades, tendo esta interação exponenciado cidadãos mais conscientes numa sociedade que se quer mais atenta e ativa”, salienta a associação portuense criada em 1999.