De acordo com o encenador António Durães, a peça vai ser levada ao palco do Teatro Helena Sá e Costa com os alunos de canto, ou seja, “cantores que falam e falam muito” numa obra originalmente escrita para “atores que cantavam”.
“É a tentativa de trazer uma consciência diferente ao trabalho que eles fazem, com a convicção de que depois, no momento de cantarem, tem um valor acrescentado”, declarou à Lusa o também professor de interpretação daquela escola.
A peça é um trabalho da pós-graduação de Ópera e Estudos Musico-Teatrais e dos Departamentos de Música, Teatro e Artes da Imagem da ESMAE e será apresentada, de sexta a domingo, às 21h30, sendo que no fim de semana, há sessão também às 16h.
Para o compositor Kurt Weill, que pretendia criar um “novo tipo de teatro musical”, esta obra “passa-se no Soho [em Londres], bairro pouco aristocrático da Inglaterra, no século XIX”, e tem como personagem masculino principal Macheath, “um elegante marginal ladrão, cercado de mendigos, ladrões, prostitutas e vigaristas e que explora assaltos e prostituição”.
“O que procurámos criar com esta obra foi o protótipo da ópera. A tarefa que se impunha era a de escrever música que pudesse ser cantada por atores, isto é, por amadores. No início, isto pareceu uma limitação, mas à medida que o trabalho progredia, provou ser um enorme enriquecimento”, escrevia Weill em 1928.
Quinta-feira 14 Maio, 2015
“A Ópera dos Três Vinténs” sobe ao palco do Teatro Helena Sá e Costa
Um grupo de alunos da Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo (ESMAE), no Porto, vai interpretar a “A Ópera dos Três Vinténs”, de Kurt Weill e Bertolt Brecht, de sexta-feira a domingo.