A Distrital do PS Porto reclamou ontem à noite a demissão do ministro da Educação, Nuno Crato, por considerar que o arranque do presente ano letivo está a ser “caótico”, faltando colocar “1.400 docentes num distrito em que 70 mil alunos não têm professor”. Segundo explicaram os socialistas, os dados avançados em conferência de imprensa resultaram de uma “consulta direta a diretores” de escolas e agrupamentos. Desta forma, sublinharam, se as informações “estiverem incompletas, pecam por defeito”, podendo “ser maiores”.
Em comunicado, a distrital socialista referiu que, só no distrito do Porto, estima-se que continuem por ocupar “mais de 1.400 horários” e haverá cerca de 70 mil alunos aos quais faltam um ou vários docentes. Na mesma nota de imprensa, os socialistas criticam o facto de Nuno Crato ter assegurado que a abertura do ano letivo estava a decorrer com “normalidade”, acabando, mais tarde, por pedir desculpas ao país pelos “erros da colocação de professores”. “Esqueceu-se, porém, de pedir também a demissão”, frisou a estrutura liderada por José Luís Carneiro. Em declarações à Lusa, o ex-diretor regional da Educação, António Leite, sublinhou que Crato “mostrou ser incapaz de fazer uma coisa tão simples como colocar professores, algo que se faz no nosso país há dezenas de anos”. “Neste momento, não vejo que possa haver outra saída para credibilizar e para permitir que o ano letivo funcione bem que é a demissão do ministro e da sua equipa”, defendeu.