
Com o impasse burocrático praticamente resolvido, que permite a oficialização do Bairro de Agra do Amial como a primeira comunidade energética da cidade, o Município do Porto pretende expandir essa estratégia para outras zonas.
Foi aprovada por unanimidade, na reunião do Executivo desta segunda-feira, dia 24, a construção de unidades de produção de eletricidade a partir de fontes renováveis para autoconsumo coletivo nos bairros da Mouteira, Francos, Lordelo do Ouro e Fernão Magalhães.
A responsabilidade pela construção e manutenção dessas unidades foi atribuída à empresa Águas e Energia do Porto, com um custo base estimado em cerca de 1,7 milhões de euros (via Câmara do Porto). Além disso, foi aprovada a autorização para despesas adicionais, referentes ao período de 2027 a 2035, que ultrapassam os 183 mil euros.
Filipe Araújo recorda o que já tem vindo a acontecer no Bairro de Agra do Amial e refere que já são “83 famílias, 15 serviços comuns, três carregadores de veículos elétricos e uma escola básica” a usar este serviço.
O vice-presidente da Câmara do Porto refere ainda que “em média, as famílias têm um benefício de cerca de 40% na fatura de energia” com esta prática. O próprio acrescenta que é “um momento muito importante para a cidade, para passarmos a falar de produção de energia não apenas por quem tem condições para instalar painéis”.
Mesmo assim, não deixa de realçar o facto de ainda não haver uma autorização para “as baterias fornecerem a energia que armazenam às pessoas”.
“Acho vergonhoso, diz muito da forma como a administração intermédia funciona” – refere Filipe Araújo. Este lembra ainda que “não são apenas as pessoas que ali vivem que beneficiarão” deste sistema, já que o mesmo melhora a distribuição de energia nos edifícios à volta.
Rui Moreira, líder da autarquia portuense, também corrobora a posição de Filipe Araújo. O autarca diz que se trata de uma iniciativa “fundamental” e aponta o dedo à administração intermédia do Estado, por contribuir para o atraso dos projetos.