
Paulo Sérgio Pais, coordenador-geral do projeto promovido pela autarquia, pela empresa municipal Feira Viva e pela Federação das Coletividades de Recreio e Cultura do concelho, revelou que essa é uma evolução natural na linha cronológica do evento, desde que esse abordou a fundação da nacionalidade, na sua edição de 2010, e chegou à conquista do Algarve, em 2015.
“A 20.ª Viagem Medieval vai ser dedicada ao reinado do Plantador de Naus, como Fernando Pessoa chamou ao rei D. Dinis”, disse o coordenador da recriação, que irá assim abordar o período entre o final do século XIII e o princípio do século XIV.
“No recinto vamos continuar a ter o ‘souk’ [mercado árabe], que é uma parte determinante do evento e faz parte da história medieval portuguesa”, afirma o responsável. “Os figurantes mouros só vão deixar de aparecer nos espetáculos, porque esses são sempre dedicados a temas do período histórico retratado em cada edição e, no caso do reinado de D. Dinis e da Rainha Santa Isabel, os árabes já não estavam por cá”, explica.
Paulo Sérgio Pais revelou depois outra novidade da 20.ª edição da Viagem Medieval. “Pela primeira vez, o Rei e a Rainha vão literalmente habitar o castelo da Feira durante os 12 dias do evento”, disse o responsável.
Na apresentação da edição deste ano do evento, foi dado a conhecer um estudo que revelou que a Viagem Medieval gera um retorno económico de dez milhões de euros anuais, valor que a autarquia considera pecar por defeito.
“A Viagem Medieval tem um impacto tremendo no território, como demonstrou este trabalho do IPAM [Instituto Português de Administração de Marketing], mas o estudo estima que o impacto do evento é de 10 milhões de euros em cada edição e eu penso que esse valor peca por escasso”, disse o presidente da Câmara, Emídio Sousa.
“Em cada ano temos recebido 500 mil a 600 mil visitantes, portanto basta que cada um gaste em média 20 euros no evento para o retorno económico mais imediato ser logo de 10 a 12 milhões – isto sem considerar o seu impacto na hotelaria, a receita das instituições e grupos de animação que participam na Viagem e uma série de outros aspetos como os voos que se fazem para cá estar, o que eleva logo o volume de negócios gerado pelo projeto”, observou o autarca.
O autarca admitiu que foi graças à recriação que a Feira se tornou um destino turístico e defende que a afirmação do concelho a esse nível se tem verificado também no contexto internacional, seja devido aos prémios atribuídos ao evento por entidades estrangeiras, às diligências da autarquia na atração de visitantes ao recinto ou à iniciativa privada na promoção do projeto.