Chegando ao fim mais uma semana, é hora de pensar em mais uma Escapadinha à Galiza. Desta vez, damos a conhecer a rota “Praias de Mar Adentro”, da Junta da Galiza, que pode ser o plano ideal para um fim de semana diferente.
O roteiro proposto tem dois dias de duração. De forma a aproveitar ao máximo, o conselho é mesmo começar bem cedo. Vamos a isso!
1º Dia
Independentemente do caminho escolhido para chegar a Carnota, a sugestão da Junta da Galiza é nunca esquecer a primeira visão das praias à volta. Partindo da zona de Cee, o monte Pindo, com 627 metros, acompanha toda a viagem até ao destino, pela estrada de Negreira.
Um dos pontos a passar é, sem dúvida, a praia de Caldebarcos, que tem pouco mais de 1,5 km e, como as outras praias locais, é repleta de areia branca e fina que poderia ser confundida com a das regiões tropicais, perfeitamente.
Além das paisagens, as recém-reabilitadas barracas dos pescadores, ligadas às atividades pesqueiras e marisqueiras, e o espaço natural d’A Berberecheira, onde as mariscadoras trabalham, chamam à atenção.
Caldebarcos costuma ser algo ventosa, pelo que é ideal para desportos náuticos como surf e windsurf. Sabia, por exemplo, que, nos baixios de Caldebarcos, afundaram vários navios da Armada Invencível a caminho da Inglaterra em 1596?
Só por aqui, há mais do que motivos para passar uma manhã agradável. Para almoçar, um prato de polvo com amêijoas num restaurante local é uma das experiências que não pode deixar de ter nesta zona da Galiza.
De barriga cheia, seguimos pela linha costeira, chegando até à praia de Carnota, classificada pela revista alemã Traum Strände como uma das 100 melhores do mundo.
Desde a estrada, a sua grandeza é evidente: com mais de 7 km de comprimento, é a mais extensa da Galiza. Na maré baixa, ultrapassa mil metros de largura em algumas áreas. A zona de dunas abriga diversas aves migratórias, sendo um dos poucos locais na Galiza onde o borrelho-de-coleira-interrompida nidifica.
A Boca do Rio, na foz do rio Valdebois, é um dos espaços naturais de maior interesse ecológico e paisagístico da Galiza.
Nesta enseada, entre as Pontas de Caldebarcos e Sargas, a água turquesa, a areia branca e fina, a incidência do sol e a tranquilidade nas primeiras horas do dia criam uma sensação mágica, o que é sempre um aspeto a favor.
Um passeio à beira-mar, a aproveitar o ambiente paradisíaco enquanto as ondas apagam as pegadas, é imperdível. Ao longe, na outra ponta da ria de Corcubión, o mítico cabo Fisterra pode ser visto.
Outro sítio que a Junta da Galiza sugere a visita é a praia de Lariño. O areal divide-se numa língua de areia de cerca de dois quilómetros e várias enseadas sobre uma base rochosa.
Na ponta d’A Ínsua, que marca a entrada do arco de Fisterra e da ria de Corcubión, encontra-se o Farol de Lariño, dos anos 1920, e os restos de um moinho de vento. Em 1966, o Ariete da Armada espanhola naufragou aqui, e a ajuda aos sobreviventes rendeu a Carnota o título de “Mui humanitário”.
Ancoradoiro inicia a prolífica zona de praias de Muros, separada da anterior apenas por um pinhal. Os ventos norte empurram pranchas de surf e windsurf, e um estreito caminho entre dunas e juncos leva à praia de Area Maior e à Lagoa de Louro.
O Monte Louro, sentinela de pedra, vigia a área, enquanto as dunas separam a lagoa de água doce das Xarfas e os solitários areais de Area Maior. A lenda diz que uma aldeia desapareceu nesta zona húmida e que Monte Louro foi uma espécie de templo solar na antiguidade.
Seguindo até à vila de Muros, há um desvio para o farol de Louro, a 241 metros acima do nível do mar, com vistas da ria de Muros e Noia, Serra da Barbanza e Corrubedo. Próximo dali, no petróglifo de Laxe das Rodas, observam-se gravuras rupestres em rochas graníticas, interpretadas como culto ao sol, almanaque de trabalho, ou até relacionadas com a morte.
Louro, uma pequena localidade turística, tem tascas e restaurantes onde se podem saborear delícias gastronómicas da ria e do mar, o que já se sabe que é um destaque da região.
2º Dia
Neste segundo dia, uma boa opção podia ser explorar a vila de Porto do Son. Lá, podem tomar um café perto do porto ou fazer uma breve caminhada.
O aroma salgado do ar, os barcos que regressam após um longo dia de pesca, outros que partem, e os pescadores que consertam as suas redes são uma evidência clara da importância do mar para esta encantadora comunidade pesqueira (via Junta da Galiza).
Seguimos a viagem rumo à praia e ao Castro de Baroña. Um aspeto natural (e positivo) deste local é que as águas, ricas em iodo, são excelentes para conseguir um bom bronzeado.
A praia de Castro de Baroña está protegida dos ventos por duas colinas rochosas de aproximadamente 50 metros de altura. Aqui, podem ver um dos castros mais conhecidos da Galiza, o de Baroña, um assentamento pré-histórico com quase vinte construções e uma impressionante muralha defensiva, datada entre os séculos I a.C. e I d.C.
O percurso prossegue até à praia das Furnas, mas vale a pena fazer uma pausa para visitar a ponte sobre o rio Sieira, próximo da cascata homónima, que remete à Idade Média.
Esta ponte de pedra, com um arco ligeiramente ogival, continua o antigo Caminho Real sob a sombra de uma floresta ribeirinha. O rio desagua na praia próxima, formando uma lagoa onde se pode tomar banho de água doce ao lado do mar.
De aspeto selvagem e com ondulação moderada, a areia quase branca da praia das Furnas está ligada a outra praia por uma passarela de madeira. Muitos podem reconhecer este local, pois foi onde Alejandro Amenábar filmou o famoso filme Mar Adentro.
Rio Sieira e As Furnas são as últimas praias a serem visitadas na vila de Porto do Son, sendo destinos populares muito apreciados. Têm uma extensão de menos de um quilómetro, com areia e rochas, como um verdadeiro passeio marítimo.