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Recheio 2024 Institucional

Negócios que continuam a crescer em tempos de pandemia

Negócios que continuam a crescer em tempos de pandemia

O ano de 2020 revelou-se um dos mais desafiantes de sempre, fruto de uma pandemia, como não havia memória, que praticamente parou o país. Milhares de portugueses viram os seus rendimentos afetados, perderam familiares e amigos na luta contra um vírus invisível, distanciaram-se de quem mais amam na esperança de os proteger e voltarem a abraçar e várias foram as empresas obrigadas a encerrar portas e a dispensar colaboradores… Contudo, muitas resistiram. Nesta reportagem, destacamos três que continuaram a crescer em tempos de pandemia e fizeram das adversidades, oportunidades.

Os exemplos são claros e estão mesmo aqui ao nosso “lado”, tendo estas três empresas sede no distrito do Porto. Falamos do Grupo Fortera, que atua no ramo imobiliário de luxo e que, nos últimos quatro anos, concluiu nove projetos no Porto, em Gaia e Espinho, da plataforma de vendas online KuantoKusta e do grupo de logística e transportes Rangel.

A VIVA! esteve à conversa com os CEO’s das três empresas e revela-lhe, agora, todos os pormenores. São testemunhos reais de empresas, que conseguiram manter os seus negócios ativos, possivelmente mais firmes do que nunca, e a prosperar mesmo numa altura que tinha tudo para ser “um fracasso”. A diferença poderá estar no espírito resiliente com que cada uma delas encarou a pandemia e foi agarrando as oportunidades que daí foram surgindo. São considerados os “milagres da pandemia” e mostram que, afinal, 2020 também teve algumas coisas boas…

O KuantoKusta, por exemplo, superou 100 milhões de euros durante a Black Friday e encaminhou mais 1,25 milhões de encomendas durante a época promocional, batendo, assim, um recorde histórico, em parte suportado pelo crescimento de 800% de encomendas processadas no seu marketplace em comparação com o ano de 2019. Por sua vez, o grupo Rangel, com presença direta em sete países, iniciou operações no México e na África do Sul e tornou-se responsável pela logística da distribuição das vacinas contra a covid-19 em Portugal.

No que toca, ao investimento do grupo Fortera no último ano, que se focou, essencialmente, na aquisição em Vila Nova de Gaia, Braga e Espinho, totaliza um valor muito próximo dos 180 milhões. As duas grandes áreas de atuação da marca, note-se, centram-se, essencialmente, na aquisição de imóveis para construção de raiz ou reabilitação de espaços para fins hoteleiros ou residenciais. Em Gaia, por exemplo, a Fortera fará nascer o Skyline, um ecossistema que, segundo Elad Dror, CEO do grupo, “mudará o concelho para sempre” e que incluiu um novo centro de congressos com capacidade para 2.500 lugares, uma torre de 340 quartos, estacionamento para 600 viaturas e mais de 30 mil metros quadrados de serviços.

Entre as principais dificuldades sentidas pela Fortera durante a pandemia está “o atraso na construção e consequente entrega das unidades”, a “impossibilidade de investidores e parceiros visitarem Portugal nesta época” e os “atrasos no planeamento e questões das autarquias”, revelou o responsável da empresa, fundada em 2015. Já no setor dos transportes, Nuno Rangel considera que as maiores adversidades prenderam-se com “as complexas operações logísticas”. “Foi o caso dos muitos transportes que fizemos de carga aérea a partir da China, visto que era a única forma de retirar as mercadorias necessárias e urgentes desse país. Inclusive tivemos de fretar oito cargueiros e aviões, como é o caso do Antonov 124, um dos maiores aviões do mundo”, revelou. Além de manter as entregas em movimento, a Rangel mobilizou ainda “planos de contingência dinâmicos”, de forma “a gerir e mitigar a interrupção da cadeia de abastecimento”.

A partir do momento em que foi declarado o primeiro estado de alerta, em março, verificou-se um aumento exponencial na atividade logística dos medicamentos e de produtos de saúde relacionados”, revelou, adiantando que este aumento representou uma “duplicação no número de unidades expedidas durante os meses de março e abril”.

E no que respeita à aquisição de produtos? Quais terão sido, afinal, os produtos mais procurados pelos portugueses durante a pandemia? Sara Sá, do marketing do KuantoKusta, revelou que antes do início do primeiro estado de emergência e logo após este ser decretado se assistiu a uma “corrida a máscaras e material de desinfeção”.  “O aumento da procura, entre o dia 24 de fevereiro até o dia 1 de março de 2020, por exemplo, em máscaras esteve na ordem dos 2000%, em álcool e produtos semelhantes chegou aos 7000%”, tendo tido novamente um “crescimento súbito” no momento em que foi decretado o estado de emergência.

Com o início da obrigatoriedade do teletrabalho, portáteis, impressoras e periféricos foram os produtos com maior aumento nas pesquisas. “No caso das impressoras, 186% de aumento”, indicou, sublinhando que “todas as categorias do website beneficiaram com o confinamento”, tendo-se assistido a um “aumento considerável nas compras online, sobretudo vindas de novos utilizadores.

Aquando do início da segunda fase do ensino à distância, decretada neste confinamento geral, voltou a assistir-se, à semelhança do que já havia acontecido em março, a uma “procura desenfreada e rutura de stock” em produtos ligados à área da informática, como portáteis e impressoras.

Descubra, em detalhe, as respostas dos representantes das empresas e fique a conhecer os principais planos das três gigantes para o período pós-pandémico.

Elad Dror, CEO Grupo Fortera

Qual foi o principal investimento do grupo durante a pandemia?

Todos eles são grandes e importantes para nós e para as cidades. Em Gaia, com o projeto Skyline temos mais de 300 apartamentos, e iniciaremos o AZUL, com 64 unidades, ainda este ano.

Em Espinho, o nosso projeto de empreendimento vai criar uma mega mudança para a zona sul da cidade – 130 postos de trabalho durante a obra e outros 150 após a conclusão – e permitirá ao município recuperar população, local de trabalho e lazer. E, em Braga, temos a reabilitação do Convento do Carmo, que se torna particularmente importante, especialmente agora que Braga foi eleita o melhor destino europeu para visitar em 2021.

O que representará o Skyline para a cidade de Vila Nova de Gaia, em particular, para a região Norte e para o país? 

É um novo centro de Gaia, um ecossistema que mudará o município para sempre. O centro de congressos, o hotel, o comércio e escritórios, tudo ao redor de uma bela praça que será um ponto de interesse não só para as pessoas que ali ficam e trabalham, mas para todos os cidadãos de Gaia e todos os turistas.

Esse projeto coloca Gaia em destaque e dá-lhe o reconhecimento de uma cidade moderna com arquitetura e paisagens de ponta do século XXI.

Qual é o ponto de situação do projeto atualmente?

Estamos a trabalhar no projeto do centro de congressos, do hotel e da praça. A pandemia abrandou tudo, mas estamos 100% comprometidos com o projeto. Eventualmente podemos mudar alguns elementos para nos adaptarmos à nova realidade, mas o conceito geral permanece.

Que planos fazem para o período pós-pandemia?

As novas necessidades de se viver, trabalhar e viajar. E vamos demonstrar isso em todos os nossos projetos.

Quais os principais investimentos programados para o futuro? 

Temos mais de 200.000 m2 em pipeline, com certeza estaremos ocupados. Mas temos muitas grandes surpresas para o país com novos conceitos e visão de negócio, principalmente no comércio, que podem impactar muitos empregos e locais de trabalho que serão essenciais para o futuro que se aproxima. Esperamos ajudar com isso e continuar a trazer o investimento e inovação.

Sara Sá, marketing do KuantoKusta

O KuantoKusta superou 100 milhões de euros durante a Black Friday e encaminhou mais 1,25 milhões de encomendas durante a época promocional. Qual é a importância destes números para a marca? 

São números de extrema relevância, não só porque mostra que estamos no bom caminho e a entregar valor, não só aos nossos clientes, mas também aos lojistas presentes na nossa plataforma. Este crescimento dá-nos não só os meios financeiros, mas também ânimo para desenvolver novos projetos e melhorar ainda mais a experiência do comércio eletrónico em Portugal. Temos o objetivo ambicioso de ser o número 1 do e-commerce em Portugal e são resultados como estes que nos mostram que não estamos assim tão longe de o alcançar.

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Quais foram os produtos mais procurados durante a pandemia?

Numa primeira fase, mesmo antes do início do estado de emergência, assistimos a uma corrida a máscaras e material de desinfeção. O aumento da procura, entre o dia 24 de fevereiro até o dia 1 de março, em máscaras esteve na ordem dos 2000%, em álcool e produtos semelhantes chegou aos 7000%. Na primeira quinzena a preferência caiu em bens de “primeira necessidade” como leite em pó, fraldas e comida para animais. Durante este período sentimos uma baixa nas visitas ao nosso website fruto do foco em reabastecer provisões e da consequente corrida aos supermercados.

Após ter sido decretado o estado de emergência, o material de desinfeção teve novamente um crescimento súbito. Com este, e consequente início do teletrabalho, portáteis, impressoras e periféricos foram os produtos com maior aumento nas pesquisas, ultrapassando, no caso das impressoras, os 186% de aumento. Todas as categorias do website beneficiaram com o confinamento e aqui começamos a ver um aumento considerável nas compras online, principalmente vindas de novos utilizadores.

Assim que os portugueses montaram o seu home office vimos que a prioridade foi o lazer e então puzzles e brinquedos estiveram no topo da lista das preferências. Em abril continuou a preocupação em ocupar o tempo livre e as áreas como maior expressão foram cardiotraining +1000% (passadeiras e bicicletas de interior), bricolage (berbequins e aparafusadoras +65%, serras e serrotes +100%) e pequenos eletrodomésticos (Liquidificadores e batedeiras +160%, robots de cozinha +73%, máquinas café +46%). O impedimento de visitar salões de beleza e cabeleireiros fez subir a pique a pesquisa por aparadores de cabelo +35% e cosmética +30% (especialmente máscaras de tratamento).

O regresso ao trabalho e o medo de frequentar espaços públicos levou muitos portugueses a optarem por transportes alternativos. A bicicleta apareceu como alternativa preferida, mais ecológica e segura, mas também como uma forma de praticar exercício físico evitando recintos fechados. Os modelos mais versáteis e adaptados à rodagem em todo o tipo de pisos, como é o caso das bicicletas BTT, tiveram um aumento superior a 500%, o que levou a uma rutura de stock em todo o país no final de julho.

Em agosto o calor intenso somou-se à continuação do teletrabalho e fez os portugueses procurarem formas de refrescar as suas casas. As vendas de ventoinhas (340%) e ar condicionado (150%) dispararam e estiveram bem acima do que é habitual para períodos semelhantes.

Durante a Black Friday tivemos um aumento exponencial nas compras realizadas no nosso marketplace e acabamos o ano com crescimentos muito fortes. Os produtos mais comprados foram os habituais: tecnologia durante novembro e brinquedos e eletrodomésticos durante o mês de dezembro.

No início da telescola, agora em fevereiro, houve novamente uma procura desenfreada e rutura de stock em produtos ligados à área da informática (portáteis, impressoras, etc.).

Qual foi a faixa etária mais responsável por este crescimento?  A pandemia levou a um aumento de consumidores de mais idade? 

Houve um crescimento geral em todas as faixas etárias. No entanto, as faixas etárias com maior crescimento foram as dos 45-54 e 55-64, que, em comparação com 2019, aumentou 65,10% e 100,90%, respetivamente.

Como prevê que seja o futuro das compras online? 

O covid-19 mudou totalmente o paradigma do e-commerce. Os portugueses passam cada vez mais tempo na internet e isso faz com que procurem mais informação, comparem mais e sejam mais conscientes no momento da compra. Mesmo com a reabertura das lojas em todo o país, o e-commerce, e o consequente crescimento, veio para ficar. A comodidade e poupança experienciada por muitos utilizadores foi o suficiente para os fidelizar ao comércio online. A experiência omnicanal será cada vez mais o “normal” e iremos ver uma melhoria substancial nas experiências de compra em Portugal. Entrega no próprio dia será cada vez mais frequente e novos métodos de pagamento surgirão para facilitar a digitalização.

Nuno Rangel, CEO da Rangel Logistics Solutions

Recentemente, iniciaram operações no México e na África do Sul. Como surgiu esta escolha e quais são as principais oportunidades que considera que daí poderão surgir? 

Começámos o ano 2021 a reforçar a nossa estratégia de internacionalização, com o objetivo criar um triângulo logístico entre América, África e Europa. Ao reforçar as operações nos continentes americano e africano, pretendemos, com presença própria e direta, criar soluções eficazes para os nossos clientes.

Acreditamos que a América Latina tem ainda oportunidades por explorar e a dimensão do mercado é muito interessante. O México impôs-se como o país seguinte, depois de entrarmos neste continente, em 2013, no Brasil, para reforçar a nossa presença nesta região. A grande aposta é a logística internacional, mas também passa por explorar oportunidades nos serviços de logística contratual, nomeadamente em logística industrial, no setor automóvel e em outras indústrias.

Já no que diz respeito a África do Sul, consideramos que tem uma geografia estratégica, quer pela sua posição no continente africano, quer pelas fortes relações com Angola e Moçambique, países nos quais a empresa já está fisicamente há alguns anos. Ao penetrar mais ainda nestes mercados e reforçar os clientes estaremos a dar um primeiro passo para a internacionalização além das fronteiras dos países de língua oficial portuguesa.

A empresa é uma das responsáveis pela logística da distribuição das vacinas contra a covid-19 em Portugal. Como é que tudo se processa? 

Com 200 trabalhadores, 80 viaturas e um registo de 112 milhões de expedições de medicamentos e 500 mil entregas em 2019, a Pharma foi uma das empresas selecionadas para o transporte capilar ou last mile da vacina da covid-19. Logo na primeira fase da vacinação, assegurou a viagem a temperaturas controladas e a monitorização em tempo real da posição GPS, desde o centro definido pelo Governo, em Coimbra, aos hospitais de Lisboa. Asseguramos o rastreamento integral de todas as entregas de vacinas que são efetuadas pela Rangel Pharma através da solução tecnológica do portal myRangel.

A unidade Pharma dispõe de uma equipa extensa e especializada neste tipo de transportes, o que permitiu incorporar esta atividade sem existir necessidade de reforço das equipas. Os principais investimentos realizados foram na aquisição de equipamentos de ultracongelação com as condições requeridas para a conservação da vacina que necessita de -80º.

Quais os planos para o futuro? 

Queremos continuar a dar passos sólidos no nosso crescimento e, para isso, vamos consolidar as nossas operações na África do Sul e no México. Iremos também continuar a estudar e a planear a expansão para outros países, provavelmente ainda em 2021, dando ainda mais dimensão à marca Rangel e tornando-a, cada vez mais, sinónimo de um player logístico global. Em Portugal estamos atentos a novas oportunidades e sempre disponíveis para aceitar desafios e criar novos serviços e negócios.

Quais os principais investimentos que estão programados para este ano? 

Pretendemos continuar a investir em infraestruturas físicas (armazéns e frota) e, sobretudo, em infraestruturas tecnológicas e software. Por exemplo, relativamente à nossa estratégia internacional, no México pretendemos abrir mais dois escritórios e em África o objetivo passa pela aquisição de mais veículos e aumento do armazém atual.

Já no que respeita ao mercado nacional, iremos abrir uma plataforma de logística na zona centro do país, na Figueira da Foz, com uma equipa de cerca de 10 colaboradores, e ainda reforçar a nossa unidade Pharma no Montijo, duplicando, assim, a nossa capacidade com mais 7.500m2.

Iremos acompanhar de perto a evolução de 2021, sempre com a estratégia de aumentar a frota e as nossas pessoas. 

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